A Relevância do Debate Sobre Desigualdade Social para o Processo de Desenvolvimento Econômico: uma Interpretação à Luz da Abordagem Institucionalista de Gunnar Myrdal

Nome: CAROLINA COELHO FERREIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/04/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE OTTONI TEATINI SALLES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE OTTONI TEATINI SALLES Orientador
OCTAVIO AUGUSTO CAMARGO CONCEIÇÃO Examinador Externo
ROGÉRIO ARTHMAR Examinador Interno

Resumo: O objetivo desta dissertação é destacar a relevância do debate sobre “desigualdade social” para o processo de desenvolvimento econômico. Parte-se da hipótese de que a desigualdade, em suas múltiplas dimensões além da renda, contribui diretamente para o baixo desempenho econômico e social das nações. Para tal, adota a abordagem da Escola Institucional Original (EIO) a fim de analisar o processo de desenvolvimento econômico de forma mais abrangente, para além das restrições impostas pelas variáveis relacionadas ao crescimento econômico e à renda per capita. Dentre os autores institucionalistas oriundos da EIO, a pesquisa destaca a obra de Gunnar Myrdal por ser profundamente direcionada aos estudos acerca dos entraves sociais ao desenvolvimento econômico. Myrdal preconiza que o desenvolvimento tenha sentido de “ascensão do sistema social como um todo”. Tal movimento de ascensão ocorreria através de reformas institucionais capazes de promover rupturas na estratificação econômica, política e social. Ademais, sua abordagem multidisciplinar propõe que as desigualdades interagem entre si e se reforçam no tempo através do movimento de Causação Circular Cumulativa, justificando a necessidade de reformas institucionais abrangentes. As principais contribuições desta pesquisa são: i) demonstrar que as abordagens holísticas e multidisciplinares, oriundas da Escola Institucional Original, apresentam um arcabouço teórico capaz de explorar satisfatoriamente as diversas nuances da análise desenvolvimentista; ii) robustecer a premissa de que as análises desenvolvimentistas devem tratar das desigualdades de forma abrangente, não se limitando às questões de renda; iii) destacar como os desafios ao desenvolvimento diagnosticados por Myrdal nos anos 1960-1980 se fazem presentes no debate corrente; iv) ressaltar que as desigualdades atuam não apenas como uma consequência do “subdesenvolvimento” das nações, mas especialmente como sua causa. O estudo conclui que a redução das desigualdades, em suas diversas dimensões além da renda, deve ser considerada um fator-chave para o processo de desenvolvimento econômico uma vez que as desigualdades têm impacto não somente sobre as diversas instituições sociais, como também sobre os resultados de curto e longo prazo. Por esta razão, ações que promovam a redução das desigualdades devem compor o núcleo do planejamento desenvolvimentista.

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