Solvência, política fiscal e interações com a dinâmica monetária

Resumo: A condução da política monetária e seus impactos inflacionários pode ser condicionada pelo grau de solvência do governo (Woodford, 2001). Neste sentido, a gestão adequada de um regime de metas para inflação por parte do Banco Central requer, em alguma medida, que a política fiscal esteja pautada por objetivos de longo-prazo, especialmente no tocante à estabilidade da dívida pública/PIB.

Autores como Leeper (1999), Cochrane (1999) e Woodford (2001) são pioneiros no que convencionou-se como "Teoria Fiscal do Nível de Preços". Pode-se a partir desta estabelecer uma hipótese teórica segundo a qual uma trajetória de crescimento persistente da dívida pública, não coberta por superávits primários adequados ao longo do tempo, é acompanhada por efeitos de alta no nível geral de preços. A inflação resultante, como um "imposto", tem como função realizar o ajuste do passivo real às condições de financiamento do setor público. Neste contexto, ainda que o Banco Central cumpra seu papel de ajustar a taxa real de juros em função do processo inflacionário, este último pode fugir ao controle, via efeitos fiscais.

A partir dessa literatura teórica, assim como da aplicada a casos internacionais e ao brasileiro em particular, pode-se contribuir através de novos métodos e estratégias de testes para aquela hipótese teórica. Ademais, abordar o objeto de pesquisa proposto pode contribuir para a explicação dos determinantes da recessão econômica no Brasil, iniciada em 2014.

Data de início: 15/08/2019
Prazo (meses): 36

Participantes:

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Coordenador RICARDO RAMALHETE MOREIRA
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